O Dízimo na Bíblia: Um Estudo Completo no Novo Testamento

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O que é o dízimo?

O dízimo é um conceito que tem origem nas Escrituras Sagradas e possui um significado especial na Bíblia. Trata-se da prática de separar uma parte dos ganhos ou rendimentos e oferecer como uma contribuição sagrada para a obra de Deus. Essa prática remonta a tempos antigos e está presente tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento.

Origem do dízimo

O dízimo tem suas raízes nas tradições e costumes religiosos dos povos do Antigo Oriente Próximo, como os sumérios, babilônios e hebreus. Na cultura desses povos, era comum oferecer uma parte dos bens e colheitas como uma forma de adoração e reconhecimento da bênção divina. Esse conceito foi incorporado nas leis e práticas religiosas do povo de Israel.

Significado do dízimo na Bíblia

Na Bíblia, o dízimo é visto como um ato de fidelidade e obediência a Deus. Ele representa a consagração dos recursos materiais em favor da obra divina e do sustento dos sacerdotes e levitas, que não possuíam terras ou outras fontes de renda. O dízimo também é considerado uma expressão de gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas.

Práticas do dízimo no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, várias leis e regulamentos foram estabelecidos em relação ao dízimo. Por exemplo, a lei mosaica exigia que os israelitas separassem a décima parte de sua colheita, rebanho e outros rendimentos agrícolas e pecuários como dízimo. Esse dízimo era destinado ao sustento dos levitas, que eram responsáveis pelo serviço religioso, e também aos necessitados, órfãos e viúvas. Além disso, a cada três anos, um segundo dízimo era separado para ser compartilhado com os necessitados de cada comunidade.

É importante destacar que o dízimo era uma prática obrigatória no contexto do Antigo Testamento, e sua não observância era considerada uma transgressão às leis divinas. No entanto, o dízimo também era encarado como uma oportunidade de demonstrar generosidade e cuidado para com o próximo.

Ilustração de um agricultor oferecendo uma parte de sua colheita como dízimo

O dízimo no Novo Testamento

O Novo Testamento traz ensinamentos e exemplos importantes sobre o dízimo, revelando a perspectiva de Jesus e dos primeiros cristãos, bem como destacando a importância da generosidade.

O ensinamento de Jesus sobre o dízimo

Jesus abordou o tema do dízimo em algumas ocasiões durante seu ministério. Em Mateus 23:23, Ele repreende os líderes religiosos da época, dizendo: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.” Jesus enfatiza que a prática do dízimo não deve substituir a justiça, a misericórdia e a fidelidade, que são valores essenciais do Reino de Deus.

Além disso, em Lucas 11:42, Jesus também critica os fariseus, dizendo: “Mas ai de vocês, fariseus, que dão o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas negligenciam a justiça e o amor de Deus. Vocês deviam praticar estas coisas, sem deixar de fazer aquelas.” Novamente, Jesus enfatiza a importância de praticar a justiça e o amor de Deus, além de cumprir a prática do dízimo.

O exemplo dos primeiros cristãos

Nos primeiros tempos da igreja cristã, as pessoas compartilhavam generosamente uns com os outros. Em Atos 2:44-45, é dito que “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.” Não há menção específica sobre a prática do dízimo, mas o princípio da generosidade e da partilha era evidente na vida da comunidade cristã primitiva.

Além disso, em 2 Coríntios 9:6-7, o apóstolo Paulo encoraja os cristãos a serem generosos em suas contribuições, dizendo: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” Aqui, Paulo enfatiza a importância de dar com alegria e de acordo com o coração, ressaltando que a generosidade é um princípio fundamental na vida do cristão.

A importância da generosidade

Ao analisarmos o ensinamento de Jesus e o exemplo dos primeiros cristãos, podemos perceber que a generosidade vai além da prática do dízimo. Ela envolve compartilhar recursos, cuidar das necessidades dos outros e praticar a justiça e o amor de Deus. A generosidade é uma expressão concreta do amor ao próximo e uma forma de participar na obra de Deus neste mundo.

Portanto, embora o Novo Testamento não enfatize a prática específica do dízimo, ele nos ensina sobre a importância de sermos generosos e de compartilharmos com os outros. Devemos buscar em nosso coração a motivação correta ao dar, com alegria e amor, buscando fazer a vontade de Deus em todas as áreas de nossa vida.

Reflexões sobre o dízimo hoje

A prática do dízimo tem sido debatida na sociedade atual, levantando questões sobre sua interpretação e relevância. É importante refletir sobre o tema à luz do Novo Testamento e considerar alternativas diante das necessidades e realidades da igreja.

Interpretação do dízimo na sociedade atual: A interpretação do dízimo pode variar entre diferentes denominações religiosas e até mesmo entre indivíduos dentro da mesma igreja. Alguns defendem que o dízimo é um mandamento divino inquestionável, enquanto outros argumentam que o Novo Testamento não o menciona de forma explícita. Essas divergências podem gerar debates acalorados, mas é importante lembrar que a interpretação pessoal não deve ser motivo de divisão entre os fiéis.

Relevância do dízimo para a igreja: Apesar das diferentes interpretações, muitas igrejas ainda consideram o dízimo como uma prática relevante para o sustento da obra de Deus e o apoio aos ministérios. O dízimo é visto como uma forma de demonstrar gratidão a Deus pela provisão e uma maneira de contribuir para a expansão do Reino. Além disso, a prática do dízimo também pode ser vista como um ato de fé e confiança no Senhor, acreditando que Ele suprirá todas as necessidades daqueles que o honram com seus recursos.

Alternativas à prática do dízimo: Embora o dízimo seja uma prática comum em muitas igrejas, existem alternativas que podem ser consideradas em casos especiais. Por exemplo, em situações onde os membros da igreja enfrentam dificuldades financeiras, a igreja pode adotar um sistema de contribuição voluntária, no qual cada pessoa doa de acordo com sua capacidade. Essa abordagem busca evitar que o dízimo se torne uma obrigação financeira insustentável para os fiéis. Também é importante lembrar que o verdadeiro espírito do dízimo está na generosidade e no coração do doador, independentemente da quantia ou do método de contribuição.

A group of people in a church